quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Sinais de fumaça

Sinais de fumaça

um olhar lânguido
língua leve lava os lábios
o sorriso, ardente

Hércio Afonso

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Haicai



no canto infinito
de um olhar tão triste
a lágrima tomba

...................Hércio Afonso

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Anthurium


Maria, fumaça...

Foto: Marselha Zakhia
Maria, fumaça...
                       Hércio Afonso
É uma partida,
o trem que apita,
a água que corre,
o vapor que sobe,
vagões cheios de bancos,
bancos a sobrar espaços.

Muitas linhas nestas curvas
que traço,
nestes dormentes que conto
pedaço a pedaço:
suportes, sinais,
tantas cancelas fechadas.

Maquinista que clama, reclama.

O chão que passa, e passa,
e passa.
É o chão, é o chão,
é o chão.

O céu que fica,
o chão que passa.

São nuvens neste mormaço,
estações que ficam,
a água que corre.

É lenha, é lenha,
é fogo, é fogo...

muito cansaço.

sábado, 19 de janeiro de 2013

A primeira poesia do livro


Outono




Eu já corri o mundo,

já rodei a Terra,

já chorei o mar,

já perdi a estrada.



Nas voltas que o mundo dá,

nos dias que a Terra gira,

nas dobras que a curva quebra,

eu a encontrei.



Aí parei,

sentei praça,

espalhei raízes,

produzi meus frutos.



Chegou o outono.

                                                         
                                      © Hércio Afonso
-------------------------------------

Capa do meu livro publicado em 2011


Siriema


Borboleta coruja na casca de angico